sábado, 8 de dezembro de 2007

UMA ESTRELA QUE NÃO BRILHA


Depois de largos meses anunciado, aí está o homem de quem se fala. Com a ajuda preciosa dos meios de comunicação e de alguns políticos, Robert Mugabe conseguiu, pelas piores razões, ser a estrela desta cimeira Europa-África. Esperamos que ao menos a sua presença tenha o mérito de fazer debater com toda a franqueza a questão da dignidade e dos direitos humanos.
Pelas reacções à presença de Mugabe, ficamos com a impressão de que ela se tornou algo incómoda, porque os organizadores queriam brilhar diante dos convidados, sem ter a maçada de debater os verdadeiros problemas, não apenas económicos, mas tudo o que se refere às relações dos dois continentes. Para isso tem de se conversar com todos, sejam ou não ditadores – Mugabe não é o único –, abertamente e sem rodeios.
O Arcebispo anglicano Desmond Tutu pôs o dedo nesta ferida, chamando a atenção para a violação dos direitos humanos noutros países da África e também da Europa. Sem querer meter tudo no mesmo saco, somos forçados a admitir que todos temos ainda muito que aprender em matéria de respeito e luta pela dignidade humana. O caminho para chegar a esta meta nunca é acusar os outros, mas é começar por arrumar a própria casa.

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